Câmara Municipal de BH debate papel do cooperativismo no desenvolvimento da capital
17/07/2025
Na última terça-feira (15), a Câmara Municipal de Belo Horizonte promoveu um seminário para mostrar a força do cooperativismo como um dos motores do desenvolvimento social e econômico do país. O evento contou com a participação do subsecretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda, Luiz Otávio Fonseca, lideranças cooperativistas, vereadores e dirigentes das entidades de representação das cooperativas do Brasil e de Minas Gerais, respectivamente o Sistema OCB e o Sistema Ocemg.
Também estiveram presentes o diretor de mercado da Unimed-BH, Garibalde Mortoza, o superintendente Administrativo e Financeiro do Sicoob Central Cecremge, Geraldo Martins, e o gerente-geral da Coopmetro, Marco Aurélio dos Reis.
O seminário foi aberto e intermediado pelo presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo de Belo Horizonte (Frencoop-BH), Maninho Félix, que reforçou a importância de incentivar e impulsionar o cooperativismo na capital mineira. Hoje, a cidade conta com 144 cooperativas ativas, que movimentam R$23 bilhões e geram mais de 8 mil empregos diretos, além de reunirem quase 639 mil cooperados.
“As cooperativas têm ajudado Belo Horizonte a crescer”, reforça Maninho. “Esse seminário é importante, porque abre diálogo com a sociedade e mostra que o cooperativismo é, de fato, um agente de desenvolvimento para a cidade. Um dos nossos papéis na Frencoop-BH — que congrega vereadores de diferentes partidos — é justamente apoiar o setor e ampliar sua visibilidade.”
Em sua fala, o subsecretário municipal de Trabalho, Emprego e Renda reconheceu a importância do coop para a capital do Estado. “A Prefeitura de Belo Horizonte possui uma política pública específica de apoio ao cooperativismo, instituída pela Lei nº 10.719, de 21 de janeiro de 2014. Ela reúne diretrizes e ações voltadas ao fortalecimento do cooperativismo como vetor de desenvolvimento econômico e social da cidade.”
Alavanca de desenvolvimento
Convidado a apresentar os resultados do cooperativismo brasileiro para os presentes, o coordenador de Relações Institucionais do Sistema OCB, Eduardo Lima Queiroz, elogiou a iniciativa da CMBH de colocar o cooperativismo em pauta na Casa durante o Ano Internacional das Cooperativas. Ao ser questionado sobre como o Poder Público pode apoiar o cooperativismo em sua agenda de desenvolvimento local, o coordenador de Relações Institucionais do Sistema OCB respondeu com outra pergunta: “Como é que as cooperativas ainda não estão no centro da agenda municipal?”
De acordo com Queiroz, nosso modelo de negócios é conhecido por gerar prosperidade, desenvolvimento e sustentabilidade em todos os municípios onde está presente. “Em 2023, realizamos um estudo em parceria com Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) que comprova: municípios que contam com cooperativas têm um aumento médio no PIB anual por habitante da ordem de R$ 5,1 mil”, pontua.
A pesquisa também mostra que cidades que contavam com a presença de cooperativas apresentavam, em média, um acréscimo de US$ 344,4 por habitante nas exportações. “Nós apresentamos aqui, hoje, dados concretos que mostram que o coop eleva o PIB municipal, amplia exportações e garante o acesso a serviços essenciais onde o Estado ou o setor privado não chegam”, concluiu.
Resultados locais
Hoje, mais da metade da população mineira está direta ou indiretamente ligada a uma cooperativa. O Estado conta, atualmente, com 800 cooperativas que, juntas, geram mais de 62 mil empregos e impactam 3,7 milhões de pessoas.
“O cooperativismo é uma forma de organização que gera resultado econômico e transforma vidas”, ressaltou a gerente de Desenvolvimento e Monitoramento das Cooperativas do Sistema Ocemg, Vitória Drummond. “Mas, para crescer ainda mais, precisamos do apoio dos agentes públicos, que precisam aprovar políticas públicas que fomentem ainda mais o crescimento do setor.”
A vereadora Fernanda Altoé, vice-presidente da Frencoop-BH, concorda e acrescenta: o seminário sobre cooperativismo da CMBH foi um momento de escuta e aprendizado. “A gente já conhece o valor histórico e econômico do cooperativismo, mas hoje entendi que podemos aproveitar muito mais esse potencial, com parcerias estratégicas entre as cooperativas e o Poder Público”, concluiu.
Sistema Ocemg